Celebração centenária reúne autoridades, moradores e devotos em uma jornada de 33 dias marcada por fé, cultura e união comunitária.
Neste domingo de Páscoa (20), a cidade histórica de Monte do Carmo foi palco de uma das manifestações religiosas mais tradicionais do Tocantins: a saída da Folia do Divino Espírito Santo. O evento contou com a presença do vice-governador Laurez Moreira, que participou ao lado do prefeito Rubão, autoridades locais e da comunidade em geral. A cerimônia marca o início do giro de 33 dias dos foliões pela zona rural do município e por localidades vizinhas, levando fé e esperança aos moradores da região.
Laurez destaca a força da cultura e da fé popular
Durante sua participação, o vice-governador destacou o papel de Monte do Carmo na formação histórica do estado e a importância de preservar tradições como a Folia do Divino.
“Monte do Carmo tem um valor histórico e espiritual imensurável para o Tocantins. Assim como Arraias e Natividade, foi uma das primeiras cidades povoadas. Essa forte ligação com a fé cristã sempre alimentou a confiança do povo em Deus. Participar deste momento é uma honra, e agradeço ao prefeito Rubão pelo convite. Preservar nossas tradições religiosas é preservar a alma do nosso povo”, disse Laurez Moreira.
Reconhecimento à visita e à representatividade
O prefeito Rubão ressaltou a relevância da presença do vice-governador no evento e seu carinho com o povo tocantinense:
“A visita do Laurez neste dia especial valoriza ainda mais nossa festa. Ele é uma autoridade muito respeitada e querida em todo o estado, e sua participação aqui, com o povo, torna este momento ainda mais significativo para Monte do Carmo”, afirmou o prefeito.
Folia do Divino: uma jornada de fé e comunidade
A Folia do Divino Espírito Santo é uma celebração centenária que se inicia sempre no domingo de Páscoa e percorre durante 33 dias as fazendas e comunidades rurais da cidade. Os foliões realizam pousos — paradas nas residências dos moradores — onde acontecem orações, cantorias e partilha de alimentos.
De acordo com o prefeito Rubão, a folia é conduzida por dois grupos previamente organizados com apoio das famílias locais.
“Eles saem com a bênção do padre e percorrem todo o município. Em cada pouso, são recebidos com alegria e fé. Além de evangelizar, também arrecadam doações, conhecidas como esmolas, destinadas à organização da grande festa que acontece em julho”, explicou.
Imperador da festa: símbolo de liderança comunitária
As doações feitas ao longo da caminhada são readas ao imperador da festa, figura escolhida por sorteio e responsável por liderar a organização do evento principal.
“É uma festa feita pelo povo e para o povo. Já fui imperador e sei que, com a força da comunidade, tudo é possível. Ninguém precisa tirar do próprio bolso. É a fé coletiva que move tudo isso”, destacou Rubão.
Mais do que cultura, uma expressão viva de fé
Além de seu caráter cultural, a Folia do Divino é um verdadeiro percurso espiritual. Os 33 dias de caminhada simbolizam os 33 anos de vida de Jesus Cristo e fortalecem os laços entre fé, família e comunidade.
A celebração não apenas resgata a identidade do povo do interior, como também reforça o papel das lideranças públicas e da sociedade civil na valorização das tradições que compõem o rico patrimônio religioso e cultural do Tocantins.
